segunda-feira, 29 de novembro de 2010

o bolo de 24 fôrmas

Essa semana eu sumi um pouco.... Eu estava em um casamento. Não foi nada comum esse casamento, claro, vindo de mim nada é comum... Foi feito em uma chácara que também era a casa da amiga que me convidou para ser madrinha. Ela mora nessa chácara porque é missionária.
Enfim, eu não vou poder contar sobre os cinco dias em que estive lá em uma única crônica então vou dividir esse tempo em cinco crônicas e vou colocar essa entrada em todas para deixar os cidadãos informados.
 
Vou aqui fazer uma homenagem às duas pessoas que não dormiram Durante quatro dias para fazer o bolo que teve dois terços de seu total, cruelmente devorados na festa. Essas pessoas eu vou chamar aqui de Paulo e Paula.
O bolo parecia simples, quatrocentos convidados, doze formadas lado a lado, recheio de doce de leite com rum e castanhas, e mais doze formadas com uma cobertura de chantilly, enfim, grande mas simples. E o outro, só para enfeitar pequeno e de três camadas redondas da mesma maneira.
Quatro dias antes do casamento eles começaram. Só havia uma batedeira e por isso mesmo ela era preciosa. “Olhe o que vão fazer com isso! Depois eu quero a batedeira limpa polida e esterilizada!” Disse Jade a responsável pela cozinha. “Sim senhora!” responderam os dois batendo continência.
Eles começaram as nove da manhã junto com algumas pessoas que ajudaram a bater a massa e assar as fôrmas de bolo que eram lavadas e reutilizadas. Ficaram nisso até tarde da noite e no dia seguinte até depois da hora do almoço, quando terminaram não havia mais espaço, a maior parte dos bolos ficou em um freezer que tinha vários andares de prateleiras, mas haviam alguns no balcão, em cima da geladeira, na mesa de jantar e um dentro de um pote de isopor no telhado.
Depois do almoço enquanto Paulo regava os bolos com guaraná, Paula começou a lavar a batedeira. Não sei quanto tempo La ficou fazendo isso, só sei que duas horas depois ela estava começando a secá-la, de noite quando passei por lá estava polindo-a e no dia seguinte já estava esterilizada.
Na noite anterior ao casamento os dois começaram a fazer o bolo menor, que apesar de menor não era mais fácil, cheio de corações e ainda com a falta de rolos de macarrão por conta da nova lei de saneamento que proibia rolos de madeira (lei mais estúpida¬¬) eles tiveram que esticar a massa doce do bolo com garrafas de refrigerante que deixaram pequenas marcas no bolo que pareciam enfeites, pelo menos ficou bonito.


Mal sabiam eles que um desastre estava prestes a acontecer, o noivo, que naquela tarde tinha ajudado a matar um porco, vide crônica “o pobre porquinho”, trouxe um grande pedaço de pernil enrolado em saco plástico e colocou na prateleira mais alta do freezer! Um grito ecoa pela cozinha, Paulo e Paula vão ver o que é, era Jade que estava vendo o pernil que tinha quebrado a primeira prateleira que quebrou a segunda que quebrou a terceira, até a quinta! Dessa vez o grito foi em trio.
Dia do casamento, após uma noite de pânico, cinco bolos amassados. O bolo menor ainda não terminado, o maior nem montado estava e ninguém tinha nem pensado no chantilly, agora não apenas os dois mas toda a cozinha corria de um lado a outro, fazendo mais massa arrumando os amassados com pedaços de outros bolos, procurando o ultimo pedaço no telhado.

Depois do almoço alguém pegou a batedeira e começou a fazer chantilly, quase que a Paula disse “não!” mas era necessário sujar a batedeira, caso contrário não haveria bolo.
Os convidados chegariam em meia hora, o bolo menor estava pronto e no lugar mas o bolo maior tinha acabado de ser montado. Os convidados chegaram e os detalhes em chantilly vermelho não tinham sido feitos! Um minuto de silêncio ao Paulo que morreu por excesso de tensão nesse momento... Brincadeirinha ^^ ele só ficou muito nervoso.


Quando Paulo e Paula terminaram, o casamento já tinha começado e eles tiveram que entrar como padrinhos por acidente de organização, quando questionados sobre o que estavam fazendo ali eles responderam “nós fizemos o bolo!”