quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O pobre porquinho


Essa semana eu sumi um pouco.... Eu estava em um casamento. Não foi nada comum esse casamento, claro, vindo de mim nada é comum... Foi feito em uma chácara que também era a casa da amiga que me convidou para ser madrinha. Ela mora nessa chácara porque é missionária.
Sabia que se juntássemos todo o dinheiro usado em missões e dividíssemos por todos os cristãos teríamos R$1,30 por ano? A má notícia disso é que realmente é muito pouco, a boa notícia é que se cada cristão colaborasse com R$2,60 teríamos o dobro de dinheiro em missões! ^^ Já imaginou?
Enfim, eu não vou poder contar sobre os cinco dias em que estive lá em uma única crônica então vou dividir esse tempo em cinco crônicas e vou colocar essa entrada em todas para deixar os cidadãos informados.

A crônica de hoje é sobre o terceiro dia, eu estava na boa, tomando café as 8 da manhã e um dos garotos na mesma mesa que eu disse que eu ia ajudar a preparar o churrasco do casamento. Pensei um pouco. Era quinta feira.... O casamento ia ser no domingo... Por que preparar agora?
A dois dias atrás quando eu cheguei insistiram que eu era visita, me deixaram acordar depois das nove e me serviram café em casa, eu insisti de volta em dizer que queria ajudar porque eu simplesmente amo ajudar! Um dos meus lemas de vida: “quem não vive para servir não serve para viver”. Eu não suporto vida a toa porque sou muito ansiosa, se me deixarem sem fazer nada acho que crio uma bomba ou faço alguma outra bobagem do tipo.
Haviam dois lugares para eu ajudar: A cozinha, ou a chácara, eu escolhi a chácara por causa da louça suja, eu passo longe da louça, eu tenho um nojo terrível daqueles pedaços de comida misturados com água e panelas sujas de óleo e gordura, não há nada mais terrível do que louça suja XP.
Voltando à história, me apresentei na chácara mais tarde e ouvi grunhidos vindos de dentro do chiqueiro dos porcos, pouco tempo depois, vi os meninos vindo com um porco que eu não soube dizer se estava morto ou desmaiado por que não tinha sangrado. Ainda bem que não cheguei a tempo da morte dele senão eu teria nojo. Mas agora que estava morto o que está feito, está feito né?...
Perguntei se eles tinham certeza de que o porco estava morto... O pai da noiva jogou um balde de água fervendo em cima dele e disse “Não reagiu então deve estar morto” o balde servia para desgrudar os pelos para os meninos poderem raspá-los, foi nesse dia que conheci um garoto que vou chamar de Júnior, ele era o mais novo da base missionária e tinha 14 anos. Ele não era missionário, apenas morava lá e cuidava dos porcos, galinhas e gansos dando água e comida a eles e matando alguns de vez em quando também.
Ele me disse que o porquinho se chamava Mijão. Que horror de nome...
Não vou contar mais detalhes porque tem alguns cidadãos muito frescos que lêem meu blog, mas para quem me conhece estão as fotos no Orkut naquela pasta que diz: “apenas para pessoas de estômago forte. É SÉRIO!!!”
Essa foto foi um dos garotos que pediu para tirar, vou chamá-lo de Thiago, esse garoto pegou a boca do porquinho e ficou brincando com o noivo, “Hugo! Eu vou ser seu almoço Hugo! Tá contente com isso?”
Depois eu até comentei sobre o porquinho com um dos garotos que moram lá também, ele fez uma cara de nojo, e disse: “O Thiago é a pessoa mais insensível do mundo, ele ajuda o Júnior a cuidar daqueles porquinhos todo dia desde que eram pequenos e um dia ele vai lá e mata?! E ainda fica contente!”
Eu realmente não esperava essa reação e vou explicar o porque: O garoto de quem eu to falando é o mesmo que inventou a história dos índios assassinos que comem os olhos das pessoas, que me matou com uma tesoura sem ponta no jogo de máfia, que disse que ia pendurar um amigo com um gancho pela língua pra fora da janela quando ele o irritou, que disse que ia pisar na minha cabeça se eu pisasse no tecido da decoração de novo, que ameaçou me jogar do terceiro andar do shopping quando eu baguncei  o cabelo dele, que assistiu todos os filmes de “Jogos Mortais” e “Tropa de Elite” e ainda vem me dizer que é uma atrocidade o Thiago ter matado o pobre porquinho! Desculpe mas eu não consegui levá-lo a sério ^^. To rindo até agora.
No fim nós deixamos o porquinho de molho uma noite em tempero, na outra fizemos o churrasco e muita gente nem suspeitou de nada. Aquilo tudo foi a experiência mais nojenta da minha vida, mais ainda é melhor que lavar louça!